quinta-feira, 2 de julho de 2009

Software Educacional


RESUMO


Nossa sociedade vem passando por uma série de mudanças, principalmente na área da informática, com isso torna-se fundamental a inclusão desse meio no processo educativo, porém essa informatização exige que os profissionais se adéqüem à realidade de seus usuários e suas expectativas. No entanto para o uso dessa ferramenta torna-se indispensável o uso de meios que avaliem essas tecnologias antes da sua aplicação em sala de aula. O uso de elementos mal elaborados torna-se prejudicial à educação, fator contrário ao desejado pelos professores. O uso de softwares no processo de ensino-aprendizagem requer um trabalho colaborativo entre alunos e professores, onde o aluno é o expectador dessa nova tecnologia e o professor o profissional capacitado para desenvolvê-lo com competência.
Descritores: Avaliação de software educacional, Software educacional, Informática educacional.


Software Educacional


Nossa sociedade vem passando por uma série de transformações, principalmente no campo da informática, com isso torna-se fundamental a inclusão desse meio no processo educativo, porém essa informatização exige que os profissionais se adéqüem à realidade de seus usuários e suas expectativas. Conforme Fernandes e Periotto, 1998 a informatização do ensino demanda a disponibilidade de programas educacionais adequados á realidade de seus usuários frente a suas expectativas e a cultura presente.
No Brasil, as pesquisas vêm avançando não só através do uso do microcomputador em sala de aula, como também na criação de inúmeros softwares para as mais diversas áreas. A utilização do computador na educação faz sentido à medida que os professores o utilizarem como uma ferramenta pedagógica e instrumento de planejamento, como elemento motivador e ao mesmo tempo desafiador tornando o processo de ensino-aprendizagem uma atividade inovadora, dinâmica e interativa. De acordo com Teixeira e Brandão, 2003 hoje, toda e qualquer tecnologia que possui potencialidades e características de comunicação e manipulação de informações, parece adequar-se perfeitamente as atividades ligadas à Educação.
Atualmente os jogos de computador são um ótimo exemplo de software de entretenimento, atraindo cada dia mais usuários. O aumento na disseminação do uso de computadores no processo de ensino-aprendizagem apóia-se principalmente na suposta importância de que os sentidos colaboram na aquisição de conhecimento, especialmente a visão e a audição. Assim, a maioria dos produtos desenvolvidos procuram incorporar sons, imagens coloridas e animações.
Hoje em dia, no mercado, encontram-se jogos sofisticados que envolvem conceitos complexos até para um adulto. Apesar disto, adolescentes com faixa de idade entre 10 e 15 anos, motivados pela possibilidade de competirem com seus colegas, não só são capazes de aprenderem estes conceitos, bem como de desenvolverem métodos para aperfeiçoar este aprendizado, tendo em vista que quem mais rápido aprende mais rápido chega às melhores marcas em competições. Por outro lado, é importante notar que é nesta faixa de idade que os jovens começam a perder o interesse por temas escolares (BATTAIOLA et al).
Nesse contexto, é importante ressaltar que os softwares educacionais devem ser muito bem avaliados pelos professores antes da sua aplicação em sala de aula. A avaliação da qualidade de um software educacional deve levar em conta, principalmente, as características relacionadas à propriedade e qualidade didático-pedagógica (KEINER, 2001).
Silva, 2002 destaca tipos de métodos de avaliação aplicados a software educacional:
- Avaliação orientada para o produto: consiste numa descrição e apreciação crítica do software educacional por um ou mais especialistas que, freqüentemente, empregam lista de verificação ou folha de inspeção, e seguem um conjunto de procedimentos para guiar a inspeção. Neste tipo de avaliação não é estabelecido o uso do software numa situação real.
- Avaliação orientada para o usuário: deseja-se avaliar os efeitos do programa no usuário sendo, em geral, necessário analisar: (a) as interações entre o programa e o aprendiz; (b) os níveis de adaptação, se existentes; (c) os meios usados para assegurar a motivação; (d) a efetividade da aprendizagem; e (e) a receptividade do usuário ao software. O objetivo principal desta avaliação é analisar a eficiência dos processos de aprendizagem envolvidos no uso de software educacional pelos alunos.
- Avaliação orientada para o contexto: é bastante rara, pois além de ser inerentemente mais complexa que a avaliação experimental, muitos pesquisadores não estão convencidos de seu valor.
O método de avaliação mais apropriado irá depender do estágio de desenvolvimento e da disponibilidade de recursos. Estes métodos, classificados em cinco categorias globais utilizando a taxionomia de Benyon, Davies, Keller, e Rogers são: (a) avaliação analítica; (b) avaliação por peritos; (c) avaliação observacional; (d) avaliação por inspeção; e (e) avaliação experimental (SILVA, 2002):
- Avaliação analítica: usa uma descrição formal ou semi-formal da interface para predizer o desempenho do usuário no que se refere às operações físicas e cognitivas que devem ser realizadas, podendo ser empregada em estágios iniciais do desenvolvimento, pois demanda poucos recursos.
- Avaliação por peritos: estes são solicitados a julgar o software e identificar os problemas potenciais de usabilidade, assumindo o papel de usuários menos experientes.
- Avaliação observacional: consiste na coleta de dados a respeito do comportamento do usuário ao utilizar o software.
- Avaliação por inspeção: utiliza entrevistas e questionários com o propósito de evocar as opiniões subjetivas, e a compreensão dos usuários a respeito da interface.
- Avaliação experimental: o avaliador manipula diversos fatores associados com o projeto da interface, a fim de estudar os seus efeitos no desempenho do usuário.
A avaliação inadequada de softwares implicará principalmente no prejuízo do aprendizado dos alunos. Neste aspecto, os objetivos dos estudiosos de avaliação de softwares e dos educadores seguem um mesmo objetivo, garantir a conformação do trabalho ao homem e aos meios didáticos, a fim de obter a satisfação e produtividade dos alunos no processo de ensino-aprendizagem (KEINER, 2001).
No entanto o uso de softwares na educação varia de acordo com a proposta pedagógica que será utilizada em cada caso. Ressalta-se que nesse método é muito importante que as pessoas envolvidas nesse projeto estejam dispostas a novos desafios. As vantagens desse método são:
- Autonomia dos alunos no desenvolvimento dos trabalhos;
- Motivação e criatividade;
- Ambientes dinâmicos e ativos;
- Aulas expositivas;
- Motivação para o aprendizado de novos idiomas;
- Fontes de pesquisa;
- Desenvolvimento das habilidades de comunicação e de estrutura lógica do pensamento.
A Revista de Educação de Belo Horizonte destaca ainda as características de um software educacional adequado:
- Propõe e/ou permite que o usuário complemente e interfira no produto e nas respostas, deixando múltiplos caminhos de pesquisa e de soluções dos problemas. Assim poderá levar o aluno à: criatividade, facilidade de uso, interação, autoria, prazer e atualização de dados.
- Tem coerência com o princípio de construção coletiva para uma melhor qualidade de vida.
- Facilita a dimensão ética, pedagógica e de universalidade do método de aprendizagem.
- Permiti o raciocínio e a reflexão sobre a ação, para a produção de novas e melhores ações. Deste modo ele poderá ser: inovador, desafiador, crítico, provocativo, permitindo o erro.
- Professor e aluno podem registrar e refletir sobre o processo pelo qual construíram o seu conhecimento.
- É instigante, provocando no aluno a busca de novas informações, que lhe permitam levantar novas hipóteses.
- Permite o desafio e a reflexão liberando ao educando buscar, construir e valorizar sua produção.
- Possibilita a descrição dos procedimentos, de forma clara e objetiva para que o usuário possa edificar seu conhecimento revendo sua ação.
- Tem o erro trabalhado e que a partir de um feedback o aluno possa estudar por meio dele, trabalhando-o na direção da construção do conhecimento.
- Desafia o aprendiz na busca da exploração do conhecimento de forma prazerosa.
- Dá condições para que o estudante prossiga, na construção do seu conhecimento de forma cooperativa.
Entretanto, apesar de tantas vantagens, a maior dificuldade na utilização dos recursos da informática está na resistência dos professores em se adequar às novas tecnologias, dificultando a implantação das atividades nas salas de aula.
O docente deverá dominar o uso do computador, compreender o potencial pedagógico referente ao uso do software educacional, planejar e executar atividades de aprendizagem com o seu uso e fornecer orientações adequadas atuando como mediador durante a utilização pelos alunos. Todas estas competências devem ser formadas e isso envolve um grande esforço do docente e da instituição.
Enfim o uso de softwares no processo de ensino-aprendizagem requer um trabalho colaborativo entre alunos e professores, onde o aluno é o expectador dessa nova tecnologia e o professor o profissional capacitado para desenvolvê-lo com competência.


REFERÊNCIAS


1 Fernandes, Cláudia Santos; Periotto, Álvaro José. Desenvolvimento colaborativo de produtos de software educacional. In: XXV Conferência Latinoamericana de Informática, Paraguai, 1998.

2 TEIXEIRA, Adriano Canabarro; BRANDÃO, Edemilson Jorge Ramos. Software educacional: O difícil começo. CINTED-UFRGS, Porto Alegre, v. 01, n. 01, p.01-07, fev. 2003.

3 Battaiola, André Luiz. et al. Desenvolvimento da Interface de um Software Educacional com base em Interfaces de Jogos. Disponível em: Acesso em: 07 jun. 2009.

4 KEINER, Suzete. Protótipo de software educacional para elaboração de exercícios e provas. Blumenau, 2001. Disponível em: Acesso em: 07 jun. 2009.

5 Silva, Christina Marília Teixeira da. Avaliação de Software Educacional. Disponível em: Acesso em: 07 jun. 2009.

7 Análise de Softwares Educacionais. Educ. Rev., Belo Horizonte, n. 06, p.41-44, dez. 1987. Dísponivel em: Acesso em: 07 jun. 2009.